domingo, 24 de março de 2013

M,

A gente aprende as maiores coisas de repente. Você tem todas as suas convicçõezinhas ordenadas por cores, nomes e prioridades, aí alguma coisa que mais parece um tiro – escandaloso e espantosamente rápido: BAM! – te faz um buraco do tamanho de um limão e você percebe que um pedaço seu voou pra longe. E aí, vai lá buscar? Nem importa em que ordem da filinha de convicções aquilo estava, as coisas são tão simples quanto fazer um barquinho de papel. É uma questão de ir ou não ir.

Talvez pela pressa que o mundo nos impõe todos os dias, a gente acaba deixando de manifestar o que deveria no momento em que deveria. E o tempo não para pra que a gente se prepare. Se nós tivéssemos coragem de encarar a dualidade do “sim ou não”, todos os problemas seriam resolvidos com a simplicidade do preto no branco.

Você deve estranhar ler essas palavras de mim. Logo eu, que não gosto de dualidades. Continuo achando que existem milhões de cores além do preto e do branco, e que nada é tão simples a ponto de ser separado em dois opostos. Mas entenda: estamos falando aqui de situações que se prolongam mais do que deveriam, por comodismo ou por espera indevida. Às vezes, é saudável optar imediatamente entre ir ou ficar.

Pluralidades à parte, você há de concordar comigo: a vida é feita de construções e desconstruções.

Sua, S.

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